Wednesday, September 16, 2009

Ritmo acelerado

Três amigos brasileiros em um restaurante de comida italiana. Pedem uma garrafa de vinho, comem o pão colocado na mesa pela simpática garçonete, batem papo. A simpática garçonete serve o vinho, recita os pratos do dia, e volta dois minutos depois para pegar os pedidos. Os amigos pedem mais uns minutos. Dali a pouco ela volta, não mais tão simpática. Um dos amigos ainda não decidiu. Sem conseguir disfarçar a impaciência, ela olha no relógio. Finalmente o pedido é feito. Os pratos chegam, "mais uma garrafa de vinho, por favor", eles comem devagar, batem papo, riem. Vêem a ex-simpática garçonete ir embora. Um novo garçom chega com o cardápio de sobremesas, diz que a cozinha vai fechar logo. Eles escolhem, e continuam a saborear o jantar. Vêem as sobremesas estrategicamente colocadas em um balcão perto da mesa, à espera de sua hora. Olham no relógio, ainda faltam 20 minutos para o horário oficial de fechamento do restaurante. Pratos retirados, sobremesas instantaneamente no lugar, vinho ainda pela metade. Sob os olhos atentos do garçom, os amigos deixam as sobremesas intocadas, terminam o vinho, comem calmamente os doces, pedem café. Chega o café, e não é surpresa que a conta venha junto.

É cultural, parece. Os garçons perguntam o que você quer beber assim que você senta, anotam o pedido dois minutos depois, e trazem a conta antes que você peça. É tudo muito objetivo: o cliente senta, o cliente come, o cliente vai embora. E todos, garçons e clientes, se entendem desta maneira. Não existe a idéia de passar horas relaxando, conversando, bebendo.

Há exceções, é claro. Elas existem quando o dono do restaurante é europeu.

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