Sunday, June 28, 2009

Happy Pride!

Hoje é Dia Mundial do Orgulho Gay (ou, pela sigla politicamente correta, LGBT - lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros). E hoje foi dia de Parada Gay na 5ª Avenida. Fomos lá conferir, com direito a intervalo em restaurante brasileiro na Rua 46 pra ver a vitória do Brasil no futebol.

Gostei da Parada, mas achei bem diferente das do Brasil - da de São Paulo, pelo menos. Aqui a coisa me pareceu mais organizada e com conotação mais política. Sei que depois que o povo termina de passar pela avenida rola um monte de festas, mas a Parada aqui é bem Parada mesmo, com pessoas andando e empunhando cartazes e faixas com suas causas, e políticos aproveitando para apoiar as causas. Tem espaço para tudo quanto é causa e é bem bonito ver pessoas de todas as idades desfilando todo seu orgulho. Vi desde pais (pai + pai e mãe + mãe) com seus filhotes até vovôs de cadeiras de rodas.

Outra coisa que notei é que tem menos gente fantasiada pelas ruas. Vi poucas produções criativas. No Brasil fica tudo com mais jeitão de festa. Mas valeu! O dia estava lindo - não choveu, como prometia a previsão - e o povo estava animado. E vocês sabem por que hoje é o Dia do Orgulho Gay? Eu também não sabia, mas uma matéria no Globo Online me explicou:

Trata-se do "aniversário de 40 anos da Revolta de Stonewall, quando policiais entraram em confronto com homossexuais, lésbicas e travestis num bar de Nova York. O episódio foi ponto de partida para os movimentos de celebração do orgulho gay."

Viram? Vagabond Shoes também é cultura. E Happy Pride pra todo mundo!

Salame, cerveja e um pulo no paraíso

Ontem, sábado de sol, aproveitamos para começar a explorar a cidade. Vestimos a roupagem de turistas, câmera e guia em punho, e lá fomos nós para o metrô. Depois de uma passada pelo mercado de pulgas de Hell's Kitchen e uma passeada básica pelo bairro, pegamos o metrô de novo com objetivo certo: almoçar na Katz's Deli, que é uma das delis judaicas mais tradicionais de NY. O diabo do lugar abriu em 1888, e tá lá, lotadinho de gente, até hoje.

Foi na Katz que a Meg Ryan protagonizou o orgasmo falso mais famoso do cinema, e foi lá que eu enfrentei o maior sanduíche de salame da minha vida, acompanhado por um verdadeiro balde de cerveja. O resultado foi que a programação da noite - explorar o Meatpacking District - teve que ser adiada, porque eu precisava desesperadamente dormir.

Aqui está o orgasmo falso, que o YouTube não me deixa mentir: http://www.youtube.com/watch?v=F-bsf2x-aeE

Meu sanduíche está na foto acima (reparem na minha concentração).
***
E aproveitando o post, lembrei de outro lugar que visitamos ontem - este, sem querer. Nas nossas andanças, demos de cara com uma loja de vinho enoooorme. Os preços são ótimos, tem tudo quanto é vinho e as pessoas andam de carrinho na mão, como se fosse um supermercado. Comentário do Tiago depois de um minuto dentro da loja: "é o paraíso!"
Bom, acho que lá iremos voltar mais vezes...

Friday, June 26, 2009

Visita


Ontem apareceu uma joaninha amarela na nossa janela. Não sei se joaninhas significam sorte ou azar, ou se não significam nada, mas eu sempre gostei delas.


O terraço do prédio fica no andar de cima. Como o terraço é um jardim, acho que os bichos acabam caindo aqui. Outro dia apareceram mosquitos, e eu juro que matei uma aranha com asas (isso foi bem bizarro). Então fiquei feliz de ver uma joaninha por estas bandas.


Thursday, June 25, 2009

Lost in Translation

Aqui em NY é tudo rapidinho. Você chega num café ou numa loja, e o atendente quer que você seja breve e objetivo. Entre num restaurante, e, antes de acomodar a bunda na cadeira, o garçom já quer saber o que você quer beber; antes de terminar a segunda linha do cardápio, lá volta ele para pegar o pedido. Eu acabo usando pouco as moedas que recebo de troco, porque contar moedas leva tempo, e o atendente já faz um ar de irritação. Minha carteira, como consequência, está gorducha. E pretendo fazer um curso intensivo de moedas americanas - por que os 10 centavos têm que ser tão pequenos?
Sabe quando você entra no McDonalds (em qualquer lugar do mundo) e tem que ter o pedido decorado? As pessoas uniformizadas do balcão já esperam que você saiba o que quer: "umnúmeroquatrocomcocalighteumatortinhademaçã". Bom, NY é um grande McDonalds.
Outro dia, porém, consegui desconsertar uma funcionária do Starbucks. Era hora do almoço, o lugar estava lotado, e não dava pra entender se havia alguma fila. Pequei um sanduíche pronto e perguntei como fazia para pedir a bebida. Ela respondeu, prontamente, que era para pedir e pagar ali, que logo depois me chamariam.

* O que você quer beber?, perguntou ela.
* Um chá batido.

(eu já estava com meu pedido pronto na cabeça)

*que chá?
* verde
* adoçado ou não?
* adoçado
*que tamanho?
*médio

(imagine este diálogo em inglês, e muito rápido)

aí, depois de me cobrar, ela fez a pergunta final:

* qual seu nome?
*hein? meu nome?
*é, seu nome. pra eu escrever no copo e te chamarem quando o chá ficar pronto.
* aaaah, ok. meu nome é Leticia.

(silêncio....)

* uhm, vou botar só L.

e foi assim que eu virei "só L" no Starbucks perto de casa.

Sunday, June 21, 2009

Sobre móveis e atores

Eu queria que o blog já estivesse mais animado, com posts contando nossas mirabolantes aventuras por Manhattan e adjacências. Mas a verdade é que neste começo estamos bem concentrados em montar a casa nova - e, pensando bem, somos pessoas calminhas. Então esqueçam as aventuras mirabolantes. Hehe.

Mas lá vai um resumo da primeira semana no 16º andar de um simpático edifício ao sul da ilha:

* eu montei móveis - me empolguei e comprei até ferramentas bonitas. e trabalhei nas horas vagas.

* Tiago tentou montar um móvel, ganhou uma bela bolha no dedo e chegou à conclusão de que a área dele é jornalismo mesmo. E foi trabalhar.

De resto, o tempo tem andado meio esquisito. Tem chovido bastante e eu quero muito comprar logo uma capa amarela e uma galocha. Ah, e depois de duas semanas de hamburguer com batata frita, agora estamos comprando saladas e frutas - no momento, comemos uma melancia que custou a bagatela de oito reais. Não vi mais ratos, mas, na sexta-feira, vi um ator de Hollywood! Meu primeiro ator em NY! Muito emocionante. Ele passou pela gente e eu cismei que era o marido da Demi Moore. Agarrei o Tiago pelo braço e fui atrás. Aí ele entrou num banheiro público e ficamos do lado de fora esperando - o Tiago já não tinha visto o rato na outra semana, e eu queria me certificar de que ele veria pelo menos o ator. Bom, pra encurtar a história, não era o Ashton Kutcher (saúde!), mas era um outro hollywoodiano, que eu pesquisei no IMDB e chama
Josh Hartnett. Pena que eu não estava com a câmera e o Tiago estava reclamando que eu estava pagando o maior mico.

Por hoje é só, pessoal.

Thursday, June 18, 2009

Começou mal

Sempre tive medo, medo de verdade, do momento em que o carregador de malas americano ia estender a mão exigindo sua gorjeta. Acho que o Pato Donald, numa história em que era carregador de malas, fazia isso. Com autoridade, impondo respeito. Mãos ao alto, que eu quero a minha gorjeta. Dava medo.
Passou um tempão e isso nunca aconteceu com a gente. O coitado do carregador de mala carrega a mala e não pede nada. Mas eis que chegamos a Nova York, e o fantasma da gorjeta veio nos roubar uns cem dólares.
Os guias de turismo avisam. A conta de restaurantes e bares não vem com 10% incluídos, como no Brasil. Mas espera-se, como os garçons ganham um salário miserável, que o freguês molhe a mão do amigo com no mínimo 15% do valor da conta. Pra não pagar de unha de fome, melhor deixar 20%.
A cada conta, nossas cabeças de jornalista fervem pra calcular quanto dá uns 17% da conta (a gente não quer passar por unha de fome, mas não é que estamos com essa bola toda pra dar 20%). Damos o cartão de crédito pra pagar a conta, e eis que chega a misteriosa nota do cartão para assinarmos. Numa linha, o valor da conta. Na outra, o valor da gorjeta, a ser preenchido a caneta. Na outra, o total. Embaixo, a assinatura. O que você faria? deixaria o valor da gorjeta em dinheiro? Escreveria um número qualquer e iria embora? Desmaiaria? pois nós chegamos à conclusão de que, como o cartão já havia passado na máquina, teríamos de deixar o faz-me-rir do garçom em notas. Assim fizemos por dez dias.
Anteontem, fiquei encafifado. Aquilo não estava certo. Se a gorjeta era em dinheiro, por que aparecia na nota do cartão? Será que não estávamos pagando a gorjeta em dobro (no cartão e em cash)? Estávamos. Um simpático garçom tirou a dúvida, e pagamos a nossa primeira gorjeta dentro dos 17% regulamentares. Apenas no cartão, conservando nossas verdinhas. “Fico feliz por vocês terem perguntado!”, ele disse. “Fica nada”, eu respondi. O garçom perdeu quase vinte dólares na brincadeira.
E nós, uns cem.

Tiago

Tuesday, June 16, 2009

Live from New York, it's Tuesday Morning

Estamos no apartamento novo! Só nós, nossos computadores e mais nada. Estamos sentados no chão esperando a mudança chegar. Pelo menos conseguimos comprar um plano de internet pela internet em poucos minutos - nosso prédio é muito tecnológico.

Sunday, June 14, 2009

First Impressions

Hola, chicos! Demorou, mas o prometido blog saiu do forno. A culpa da demora foi do Tiago, que não concordava com nenhum nome - nem com os que ele sugeria. Finalmente, escolhemos Vagabond Shoes, que faz parte de um verso de "New York, New York". Anyway...

A idéia do blog é contar pras nossas pessoas queridas o que acontece por aqui neste nosso ano novaiorquino. O balanço da primeira semana é positivo:

* encontramos um apartamento em dois dias! eba!
* conseguimos assinar o contrato rápido!
* já compramos uma garrafa de Zubrowka
* vimos muitos esquilos, muitos passarinhos e um rato (!). na verdade, só eu vi o rato, porque o Tiago estava olhando pro outro lado quando o rato entrou correndo no bueiro.
* compramos nossos laptops, pra começarmos a trabalhar em breve e não abusarmos da paciência dos nossos chefes...
* pegamos sol no parque
* estamos quase entendendo o metrô

a parte ruim é que já ficamos pobres. sério. tivemos que pagar dois meses de aluguel adiantado, mais os computadores, e ainda vamos comprar os móveis. aceitamos doações de corações generosos. hihi, brincadeira.

por enquanto é só, pessoal. amanhã será um dia longo: pegamos as chaves do apartamento e vamos comprar os primeiros móveis láaaa no Brooklyn.

depois eu conto nossa nova fase em NY, com casa nova e tudo!