Saturday, October 31, 2009

Miracle Fruit

Um casal querido que passou por NY depois de visitar o Japão trouxe uma das coisas mais legais que eu já comi. É uma frutinha vermelha, pequenina, que muda o teu paladar. Você come, esfrega bem na língua, e as coisas mudam de gosto. O efeito dura de 15 minutos a uma hora. Coisas ácidas ficam doces. Você pega um pedaço de limão, enfia na boca e... é docinho! Tem gosto de torta de limão. Tangerina fica insuportável de tão doce. Sério, é muito legal. Dá vontade de chupar limão sem parar.

Friday, October 23, 2009

Bruxas Day

Halloween é coisa séria. Lojas, farmácias e bares estão decorados com morcegos e máscaras de bruxas. Supermercados têm abóboras de todos os tipos e tamanhos espalhadas por todos os cantos.

Até o restaurante brasileiro onde fomos comer feijoada no fim de semana passado estava no clima da bruxaria. No prédio da frente do meu, um vizinho bem humorado colocou uma bruxa enorme na janela (essa aí da foto). Toda noite eu esqueço e levo um susto. É impressionante. Toda noite...

A minha única dúvida com o Halloween era como funcionava aquela brincadeira do "trick ou treat" nos prédios. Porque em filmes a gente vê as crianças batendo nas portas das casas pra pedir doces. Comentei isso com o Tiago, perguntei se a gente deveria comprar umas balas caso aparecessem criancinhas fantasiadas por aqui. Meu querido marido anti-social respondeu que era só a gente não abrir a porta. Gracinha.

Bom, mas esta semana esta minha dúvida se resolveu. Recebemos um email do prédio (sim, meu prédio é muito moderno e manda emails pra avisar de todo tipo de coisas, como a chegada de encomendas e alertas de tempestades) informando da festa à fantasia (!) que terá na portaria (!!), com direito a caçar abóboras no terraço (!!!). A brincadeira de bater na porta pedindo doces tem horário certo - não lembro bem, mas é algo tipo 3hs às 5hs - e quem quiser participar pode colar um papel na porta (o papel está disponível lá na portaria, e tem o desenho de uma abóbora, of course). Se você não quiser ser importunado por criancinhas fofas com fantasias esquisitas, não cole o papel. Tudo muito organizado.

Wednesday, October 21, 2009

Primaveras no outono

Esta semana foi meu aniversário. Eu não ligo muito pra aniversários, na verdade. Quer dizer, mentira, não é que eu não ligue. É algo mais complexo do que simplesmente não ligar. Eu tenho "issues", como diriam os americanos. Não é nada grave, é só uma coisa meio paranóica de ficar tensa com toda a expectativa - e consequente frustração - por trás de um aniversário. Ai ai, complexo demais. To só enrolando e não consegui explicar. Um dia eu tento de novo: mas, de novo, nada grave. Só essas coisinhas esquisitas que todo mundo tem um pouco.

Mas, voltando ao aniversário em si. Aí vão algumas observações:

* Caiu numa segunda-feira, o que pra mim significa dia de muito trabalho, e o que significou que eu não tive muito tempo pra pensar nele durante o dia.

* Foi meu primeiro aniversário em NY. Ou seja, foi meu primeiro aniversário internacional. Muito chique.

* Por ser meu primeiro aniversário internacional, foi recheado de e-mails, tweets, mensagens do orkut e recados na minha wall no facebook. O que mostra também como sou moderna e antenada nas tecnologias.

* Mas foi, principalmente, o aniversário do Skype. O que foi bem lindinho. Vi minhas amigas queridas, meus pais, minha Dinda. Apaguei velinhas via câmera do computador e ganhei até bolo, que foi comido lá no Brasil mesmo. Fazer o que? O Skype ainda não é perfeito.

* E, finalmente, saí pra jantar. Escolhi um restaurante fofo que eu adoro... ah, antes do jantar, marido comprou um champagne pra brindar! No jantar, tomamos vinho. Depois do jantar, demos um pulo num barzinho pra brindar de novo. (Note to myself: a ressaca aos 29 é pior que a ressaca aos 19).

* Terminei a noite descendo no escorrega gigante que tem aqui na frente de casa. Tem foto, mas como ainda me resta algum respeito próprio, não vou postar aqui.

*E, finalmente, queria contar também que aconteceu uma coisa muito estranha no restaurante. Foi assim: pedimos um vinho. A moça do bar disse que aquele não tinha, mas sugeriu outro, 10 doletas mais caro. Ok, estamos comemorando, manda! Quando já estávamos bebendo o vinho é que vimos o nome dele: Laetitia! Eu! Total um sinal, né? Sinal de que eu não sei, mas que era um sinal, isso era... O Tiago, empolgado, contou pra moça do bar. Ela não deu muita bola pra nossa empolgação. "Uau, é seu nome mesmo?", perguntou, tentando dar um pouco de atenção pros pobres coitados. "É!", respondi. Aí ela perguntou assim: "Do you like it?". Até agora não entendi se ela tava falando do vinho ou do nome. Meio grosseria se foi do nome, né? Na dúvida, respondi "Yes!". Adoro meu nome. E o vinho era realmente bom.

Saturday, October 17, 2009

Friday, October 16, 2009

O Outono

Sim, ele chegou. Mais frio do que eu imaginava. Ontem fez 5º durante o dia e 3 à noite. Hoje a máxima foi 8º. Já começo a achar chato ter que botar meia calça por baixo do jeans só pra ir ao mercado. E ando meio irritada com as árvores, que não estão tão amarelas quanto deveriam - pela minha memória cinematográfica. Confesso que não vou ao Central Park há um tempinho; prometo ir em breve e, se vir muitas árvores amarelas com cara de outono, me desculpo aqui.

Mas o que mais me chamou a atenção até agora foi a profusão de abóboras. As abóboras, pelo visto, representam o outono e o Halloween. Elas estão nos mercados, enormes, nas vitrines das lojas, nas decorações dos restaurantes. E eu odeio abóbora. Não lembro se já falei aqui, mas odeio. Não sei o gosto, na verdade. Mas sei que, ainda bebê, já não suportava. Então não chego perto, e pronto.

Por isso não gostei nada quando comecei a ver que, além das abóboras decorativas, começam a aparecer receitas especiais de abóbora. Tem muffin, pão... até chocolate com recheio de abóbora tem. Minha primeira conclusão com o outono é que tenho que tomar cuidado com o que como, porque a chance de ter abóbora no meio é enorme.

Na fotinha, um cartaz na frente da Godiva anunciando trufas com abóbora de grátis. Eca!


Sunday, October 11, 2009

Brrrr

Procês verem como frio é relativo: estávamos ontem de madrugada na rua, voltando pra casa, e pouco agasalhados. Estava frio, mas um frio suportável.

Perguntei pro Tiago: quanto você acha que está a temperatura?

Ele respondeu: uns 17...

Eu completei: acho que uns 16.

Aí olhamos no nosso super celular a temperatura, e estava 10 graus! 10!

Pronto. O frio se tornou insuportável instantaneamente.

Aaaall Right, New York


No Madison Square Garden

Saturday, October 3, 2009

To be or not to be


Esta semana fomos ao teatro ver Hamlet. Hamlet! Em inglês! Não sei onde eu estava com a cabeça quando corri para comprar os ingressos... Ah, sim, lembrei: estava com a cabeça no Jude Law. O Jude Law é lindinho, né? E ele interpreta o Hamlet. Foi isso. Eu até queria comprar ingressos bem na frente do palco, mas custavam 100 doletas a mais e o marido me olhou de cara feia.

A peça é boa. Digo isso porque devo ter entendido uns 30% dos diálogos e ainda assim saí do teatro satisfeita. E isso depois de 3 horas e 10 minutos sentada em uma poltrona minúscula sem espaço para mexer as pernas. Era tão apertado que, se eu espirrasse, seria ejetada da cadeira. Sem exagero.

Gostei muito do cenário e da iluminação. E dos figurinos, que eram super usáveis. Fiquei de olho nas calças da rainha. Lindonas. Os atores também eram bem bons. O único porém era a moça que interpretava Ofélia, a amada de Hamlet. A pessoa tinha uma voz tão esganiçada que irritava. Em determinado momento, ainda botaram a pobre coitada pra cantar. Não deu: passei a torcer, em silêncio, pra que Ofélia morresse logo.

Também contribuiu pra eu gostar da peça o fato de eu gostar da história. A história é bacana, né? Hamlet é o príncipe da Dinamarca. Seu pai morre e seu tio, além de virar rei, ainda casa com sua mãe. Ohhh! Aí o fantasma do pai de Hamlet aparece e conta que foi assassinado, com veneno! Ohhh! Então Hamlet, que já tava meio pau da vida com o tio ter casado com a mãe, arma um plano pra desmascará-lo e provar que ele é o assassino. Como ele faz isso? Ele encomenda uma peça de teatro contando a historinha da morte do pai e espera pra ver a reação do tio. E aí começa todo o drama. Resumindo, acho que é isso. Eu gosto. Gosto principalmente da hora da peça, em que o tio-rei começa a ficar tenso. Fico tensa junto.


A fotinha é de Johan Persson, do New York Times