Thursday, December 31, 2009

Feliz 2010!


We are back! Chegamos ontem à noite, mortos de cansaço; pedimos uma pizza e dormimos que nem pedras. Ao acordar hoje, a surpresa: o chão todo branquinho lá fora. Nevou a madrugada toda, ao que parece. Calcei minhas queridas galochas e fomos tomar café da manhã fora, porque não tinha comida em casa. Quer dizer, tinha resto de pizza, mas não achamos muito poético começar o último dia do ano com pizza fria. A foto aí de cima é do meu chocolate quente. Lindinho, né? É de um lugar fofo, fofo, chamado Kitchenette, em TriBeCa. É fofo de verdade, com parede pintada de bolinhas, mesas coloridas e cupcakes na vitrine. Achei um bom começo de dia, com neve fofa e desejos desenhados em chocolate.
Por isso, para sair do manjado paz, saúde, dinheiro, etc, eu desejo pra todos vocês, em 2010, uma vida com muita neve fofa e cheia de chocolate. Até ano que vem.

Friday, December 18, 2009

Having a White Christmas


Vagabond Shoes cansou do frio de NY, atravessou o Atlântico e veio dar um tempo no countryside inglês, onde é mais quentinho (tsc tsc).


Obs: se os dedinhos não congelarem, prometo passar aqui de novo pra desejar Feliz Natal.

Tuesday, December 8, 2009

Dreaming of a White Christmas

Foi assim: eu estava no computador, levantei a cabeça e olhei a chuva lá fora. Depois de alguns segundos, uns pingos me pareceram estranhos. Eram mais leves que os outros. Fui até a janela e fiquei espiando por alguns minutos, tentando comprovar. Chamei o Tiago e ficamos os dois parados na janela, esperando a certeza. Até que ela veio. Era neve! Um pouquinho, pelo menos. Bem pouquinho. Saímos para almoçar e, enquanto comíamos, aconteceu de vez: as gotas se transformaram em flocos brancos. Sim, foi bonito. Sim, dei pulinhos na rua. Sim, entramos numa rua com vento e a neve bateu na nossa cara e machucou. Não, não abri a boca e comi a neve - fiz isso uma vez, há muitos anos, e fiquei doente.

Foi isso. No dia seguinte abriu o sol e o céu ficou azul. E o branco sumiu.

Tuesday, December 1, 2009

Clara Loves NY


Apresentando a mais nova pessoa fofa da nossa vida
(com o presente que ganhou dos tios babões direto de NY)

Saturday, November 28, 2009

Cama quentinha

Existe uma coisa por aqui chamada "Black Friday". Eu juro que nunca tinha ouvido falar, e quando ouvi pela primeira vez, na semana passada, achei que era um tipo de dia da consciência negra. Não poderia estar mais errada. A "Sexta-Feira Negra" é o dia seguinte ao dia de ação de graças, e o dia que marca o início da temporada de compras de Natal. As lojas fazem grandes promoções e abrem em horários loucos, tipo 3 da manhã. E as pessoas formam filas enormes de madrugada para conseguir os melhores produtos.

Não, eu não pensei em participar. Adoro promoções, mas não acordo às 3 da manhã pra entrar em fila nem que a vaca tussa. Na quinta, passei em frente a uma loja de eletrônicos às 5 da tarde e umas dez pessoas já formavam uma fila. Estamos em novembro, é frio, venta, escurece cedo, e o povo lá, sentado na calçada, encolhido, esperando pacientemente.

O engraçado é que, ontem à noite, vi uma reportagem na TV com as pessoas reclamando que as ofertas não estavam tão boas assim. Parece que no ano passado os descontos chegaram a 80%, então este ano a galera esperava que isso se repetisse. Não aconteceu. Agora imagina acordar de madrugada, congelar numa fila imensa e não conseguir o que queria. Prefiro a minha cama quentinha.

Thursday, November 26, 2009

Wednesday, November 25, 2009

Cinza


Estou amando o outono com todas as minhas forças. O frio é suportável, a luz do sol baixinho é bonita, os parques viram mantos de folhas marrons e eu gosto, ponto. To ficando até meio chata de falar nisso e tirar fotos de folhas e ficar com pena dos pobres dos passarinhos toda vez que vejo um ninho numa árvore pelada.

Mas quando o sol não sai, o bicho pega. Hoje é um dia desses. Está nublado, o que não significa céu cinza-branco, significa céu cinza-escuro. Significa também luzes da casa acesas às 10h da manhã. A vontade de voltar pra cama fica grande. O cinza do céu deixa a cidade cinza e, quando olho pela janela, a impressão é a de que a cidade parou. O que é uma grande mentira, é claro. A cidade continua cheinha de gente se esbarrando pelas ruas, os nova-iorquinos apressados falando em seus celulares enquanto carregam na mão um latte doppio mocca frappacino decaf, os turistas atarantados com suas sacolas de compras, os loucos berrando com algum inimigo imaginário (como tem louco nesta cidade, meu Deus).

Mas aqui, escondida no meu cantinho, fica a impressão de que NY só tem eu e o céu cinza-escuro.

A fotinha aí em cima, pra clarear o dia, é do passeio de bicicleta que fizemos sábado, no Central Park.

Friday, November 20, 2009

Nosso presidente


Não é brincadeira. Nós fomos a um restaurante em Washington e o simpático garçom peruano perguntou se éramos brasileiros. Respondemos que sim e perguntamos como ele sabia. Ele respondeu que o meu padrasto, o Juca, era muito parecido com o Lula. E passou a se referir ao Juca como "el presidente". Todos (menos o Juca) achamos muito engraçado.

No dia seguinte, fomos a outro restaurante. Desta vez, o simpático maitre iraniano perguntou se éramos brasileiros. Dissemos que sim e perguntamos como ele sabia. Ele falou que já havia morado em São Paulo (na rua da Consolação!) e reconheceu a língua, e, além disso, apontou pro Juca e disse que ele era igual ao Lula. Caímos (menos o Juca) na gargalhada. Dali a pouco, volta o maitre e manda o garçom trazer quatro taças de vinho pra gente, de graça. Viu como é bom ser parecido com o presidente, Juca?

Thursday, November 19, 2009

2 Weeks

Sim, andei sumida. Mãe na área + trabalho = falta de tempo pro blog. As duas últimas semanas foram cronometradas, pra dar tempo de cumprir a rotina e passear. O balanço foi positivo, na minha humilde opinião: fim de semana em Washington, jogo do Nicks no Madison Square Garden, jantar no Carlyle Cafe com direito a Woody Allen tocando jazz, Milton Nascimento no Carnegie Hall e patinação no gelo. Ainda apresentamos nossos restaurantes prediletos pro Juca querido. Todos ficamos mais pobres e mais gordos, admito, mas posso dizer que tivemos ótimos momentos. E não é isso que importa?

Tuesday, November 10, 2009

Hey, mom

Minha mãe está na área. Isso significa o seguinte: roupa passada e descobertas sobre coisas da casa.

Um diálogo que ocorreu outro dia (foi mais ou menos assim):

(cena: mãe lavando louça do café da manhã)

Mãe - que bacana essa sua pia.

filha - hein? (pensamento: ai, cacete, minha mãe enlouqueceu. deslumbrou com NY)

mãe: ué, porque muda a água.

filha - hein? (ai, cacete, ela pirou)

mãe - muda a água, ué.

(mãe mostra um botãozinho que muda o jato de água)

filha - aahhhhh... (descobrindo que a pia muda de jato depois de cinco meses no apartamento)

E é por isso que é muito importante que sua mãe visite seu apartamento novo.

Thursday, November 5, 2009

Weekend out

Passamos o fim de semana em Boston, onde a lagosta era tão grande que dava vontade de dar nome pra ela. Cidade lindinha com o metrô mais antigo do país, muitas folhas de outono pelas ruas, cemitérios fofos, prédios de tijolinho, policiais a cavalo mantendo a ordem nos parques e tantos esquilos que você quase tropeça neles. Tem fotas aqui.

Saturday, October 31, 2009

Miracle Fruit

Um casal querido que passou por NY depois de visitar o Japão trouxe uma das coisas mais legais que eu já comi. É uma frutinha vermelha, pequenina, que muda o teu paladar. Você come, esfrega bem na língua, e as coisas mudam de gosto. O efeito dura de 15 minutos a uma hora. Coisas ácidas ficam doces. Você pega um pedaço de limão, enfia na boca e... é docinho! Tem gosto de torta de limão. Tangerina fica insuportável de tão doce. Sério, é muito legal. Dá vontade de chupar limão sem parar.

Friday, October 23, 2009

Bruxas Day

Halloween é coisa séria. Lojas, farmácias e bares estão decorados com morcegos e máscaras de bruxas. Supermercados têm abóboras de todos os tipos e tamanhos espalhadas por todos os cantos.

Até o restaurante brasileiro onde fomos comer feijoada no fim de semana passado estava no clima da bruxaria. No prédio da frente do meu, um vizinho bem humorado colocou uma bruxa enorme na janela (essa aí da foto). Toda noite eu esqueço e levo um susto. É impressionante. Toda noite...

A minha única dúvida com o Halloween era como funcionava aquela brincadeira do "trick ou treat" nos prédios. Porque em filmes a gente vê as crianças batendo nas portas das casas pra pedir doces. Comentei isso com o Tiago, perguntei se a gente deveria comprar umas balas caso aparecessem criancinhas fantasiadas por aqui. Meu querido marido anti-social respondeu que era só a gente não abrir a porta. Gracinha.

Bom, mas esta semana esta minha dúvida se resolveu. Recebemos um email do prédio (sim, meu prédio é muito moderno e manda emails pra avisar de todo tipo de coisas, como a chegada de encomendas e alertas de tempestades) informando da festa à fantasia (!) que terá na portaria (!!), com direito a caçar abóboras no terraço (!!!). A brincadeira de bater na porta pedindo doces tem horário certo - não lembro bem, mas é algo tipo 3hs às 5hs - e quem quiser participar pode colar um papel na porta (o papel está disponível lá na portaria, e tem o desenho de uma abóbora, of course). Se você não quiser ser importunado por criancinhas fofas com fantasias esquisitas, não cole o papel. Tudo muito organizado.

Wednesday, October 21, 2009

Primaveras no outono

Esta semana foi meu aniversário. Eu não ligo muito pra aniversários, na verdade. Quer dizer, mentira, não é que eu não ligue. É algo mais complexo do que simplesmente não ligar. Eu tenho "issues", como diriam os americanos. Não é nada grave, é só uma coisa meio paranóica de ficar tensa com toda a expectativa - e consequente frustração - por trás de um aniversário. Ai ai, complexo demais. To só enrolando e não consegui explicar. Um dia eu tento de novo: mas, de novo, nada grave. Só essas coisinhas esquisitas que todo mundo tem um pouco.

Mas, voltando ao aniversário em si. Aí vão algumas observações:

* Caiu numa segunda-feira, o que pra mim significa dia de muito trabalho, e o que significou que eu não tive muito tempo pra pensar nele durante o dia.

* Foi meu primeiro aniversário em NY. Ou seja, foi meu primeiro aniversário internacional. Muito chique.

* Por ser meu primeiro aniversário internacional, foi recheado de e-mails, tweets, mensagens do orkut e recados na minha wall no facebook. O que mostra também como sou moderna e antenada nas tecnologias.

* Mas foi, principalmente, o aniversário do Skype. O que foi bem lindinho. Vi minhas amigas queridas, meus pais, minha Dinda. Apaguei velinhas via câmera do computador e ganhei até bolo, que foi comido lá no Brasil mesmo. Fazer o que? O Skype ainda não é perfeito.

* E, finalmente, saí pra jantar. Escolhi um restaurante fofo que eu adoro... ah, antes do jantar, marido comprou um champagne pra brindar! No jantar, tomamos vinho. Depois do jantar, demos um pulo num barzinho pra brindar de novo. (Note to myself: a ressaca aos 29 é pior que a ressaca aos 19).

* Terminei a noite descendo no escorrega gigante que tem aqui na frente de casa. Tem foto, mas como ainda me resta algum respeito próprio, não vou postar aqui.

*E, finalmente, queria contar também que aconteceu uma coisa muito estranha no restaurante. Foi assim: pedimos um vinho. A moça do bar disse que aquele não tinha, mas sugeriu outro, 10 doletas mais caro. Ok, estamos comemorando, manda! Quando já estávamos bebendo o vinho é que vimos o nome dele: Laetitia! Eu! Total um sinal, né? Sinal de que eu não sei, mas que era um sinal, isso era... O Tiago, empolgado, contou pra moça do bar. Ela não deu muita bola pra nossa empolgação. "Uau, é seu nome mesmo?", perguntou, tentando dar um pouco de atenção pros pobres coitados. "É!", respondi. Aí ela perguntou assim: "Do you like it?". Até agora não entendi se ela tava falando do vinho ou do nome. Meio grosseria se foi do nome, né? Na dúvida, respondi "Yes!". Adoro meu nome. E o vinho era realmente bom.

Saturday, October 17, 2009

Friday, October 16, 2009

O Outono

Sim, ele chegou. Mais frio do que eu imaginava. Ontem fez 5º durante o dia e 3 à noite. Hoje a máxima foi 8º. Já começo a achar chato ter que botar meia calça por baixo do jeans só pra ir ao mercado. E ando meio irritada com as árvores, que não estão tão amarelas quanto deveriam - pela minha memória cinematográfica. Confesso que não vou ao Central Park há um tempinho; prometo ir em breve e, se vir muitas árvores amarelas com cara de outono, me desculpo aqui.

Mas o que mais me chamou a atenção até agora foi a profusão de abóboras. As abóboras, pelo visto, representam o outono e o Halloween. Elas estão nos mercados, enormes, nas vitrines das lojas, nas decorações dos restaurantes. E eu odeio abóbora. Não lembro se já falei aqui, mas odeio. Não sei o gosto, na verdade. Mas sei que, ainda bebê, já não suportava. Então não chego perto, e pronto.

Por isso não gostei nada quando comecei a ver que, além das abóboras decorativas, começam a aparecer receitas especiais de abóbora. Tem muffin, pão... até chocolate com recheio de abóbora tem. Minha primeira conclusão com o outono é que tenho que tomar cuidado com o que como, porque a chance de ter abóbora no meio é enorme.

Na fotinha, um cartaz na frente da Godiva anunciando trufas com abóbora de grátis. Eca!


Sunday, October 11, 2009

Brrrr

Procês verem como frio é relativo: estávamos ontem de madrugada na rua, voltando pra casa, e pouco agasalhados. Estava frio, mas um frio suportável.

Perguntei pro Tiago: quanto você acha que está a temperatura?

Ele respondeu: uns 17...

Eu completei: acho que uns 16.

Aí olhamos no nosso super celular a temperatura, e estava 10 graus! 10!

Pronto. O frio se tornou insuportável instantaneamente.

Aaaall Right, New York


No Madison Square Garden

Saturday, October 3, 2009

To be or not to be


Esta semana fomos ao teatro ver Hamlet. Hamlet! Em inglês! Não sei onde eu estava com a cabeça quando corri para comprar os ingressos... Ah, sim, lembrei: estava com a cabeça no Jude Law. O Jude Law é lindinho, né? E ele interpreta o Hamlet. Foi isso. Eu até queria comprar ingressos bem na frente do palco, mas custavam 100 doletas a mais e o marido me olhou de cara feia.

A peça é boa. Digo isso porque devo ter entendido uns 30% dos diálogos e ainda assim saí do teatro satisfeita. E isso depois de 3 horas e 10 minutos sentada em uma poltrona minúscula sem espaço para mexer as pernas. Era tão apertado que, se eu espirrasse, seria ejetada da cadeira. Sem exagero.

Gostei muito do cenário e da iluminação. E dos figurinos, que eram super usáveis. Fiquei de olho nas calças da rainha. Lindonas. Os atores também eram bem bons. O único porém era a moça que interpretava Ofélia, a amada de Hamlet. A pessoa tinha uma voz tão esganiçada que irritava. Em determinado momento, ainda botaram a pobre coitada pra cantar. Não deu: passei a torcer, em silêncio, pra que Ofélia morresse logo.

Também contribuiu pra eu gostar da peça o fato de eu gostar da história. A história é bacana, né? Hamlet é o príncipe da Dinamarca. Seu pai morre e seu tio, além de virar rei, ainda casa com sua mãe. Ohhh! Aí o fantasma do pai de Hamlet aparece e conta que foi assassinado, com veneno! Ohhh! Então Hamlet, que já tava meio pau da vida com o tio ter casado com a mãe, arma um plano pra desmascará-lo e provar que ele é o assassino. Como ele faz isso? Ele encomenda uma peça de teatro contando a historinha da morte do pai e espera pra ver a reação do tio. E aí começa todo o drama. Resumindo, acho que é isso. Eu gosto. Gosto principalmente da hora da peça, em que o tio-rei começa a ficar tenso. Fico tensa junto.


A fotinha é de Johan Persson, do New York Times

Monday, September 28, 2009

Detroit Rock City


Sábado foi dia de rock! Fomos pra Detroit ver o Kiss, banda que eu aprendi a amar, por livre e espontânea vontade, nos últimos dez anos. O show era muito importante pros fãs do Kiss porque foi a última apresentação no Cobo Hall, que vai ser demolido pra fazerem uma arena mais moderna. Foi no Cobo Hall que, há 35 anos, o Kiss fez um show que virou um disco que chama Alive, que os tornou mega conhecidos aqui nos EUA. Acho que a historinha resumida é essa. Se eu estiver errada uma pessoa chamada "marido" me corrigirá, podem ter certeza.

Foi também o nosso primeiro show por aqui. E como é diferente dos shows no Brasil... Pra início de conversa, tem lugar marcado. Show de rock com lugar marcado! Aí nem tem estresse pra entrar, não tem empurra empurra, gente furando fila, gente brigando com quem tá furando fila, cerveja voando pelos ares, etc etc. Além disso, os shows não costumam ser em lugares longe de tudo, onde rolam os problemas básicos de como ir e como voltar, não tem táxi, quando aparece um táxi o motorista quer cobrar caro, etc etc. Também era fácil comprar cerveja e ir ao banheiro (o que pras mulheres é essencial, convenhamos).

O clima tranquilão faz com que os pais levem os filhos (com protetor de ouvido, é claro), e as crianças curtem se fantasiar de membros do Kiss. Quando, na música Rock and Roll all Nite, tem chuva de papel picado, vira praticamente um baile de carnaval. Uma menina fofa de uns 6, 7 anos, na minha frente, saiu catando "confetes" e botando num saco plástico. Me senti no Céu na Terra, quando ainda dava pra brincar por lá.

A parte ruim é que o excesso de organização tira um pouco da emoção do show. O empurra empurra faz falta de vez em quando. Os americanos, separados por cadeiras, não pulam e não se empolgam muito. E as crianças, depois de um certo ponto, cansam da barulheira e acabam sentando com aquela cara de desgosto que dá pena. Mais pena ainda dá dos pais, que querem passar sua paixão - os fãs do Kiss, bem fiéis, são conhecidos por Kiss Army - aos filhos.

Ah, e no meio da arquibancada, lá estava ela: uma bandeira do Brasil. Não adianta, a gente tá sempre em tudo quanto é lugar.

Le


Thursday, September 24, 2009

Pai-pou-ka


Uma coisa que ainda não experimentei (e não irei experimentar) é esta pipoca pronta. Tem de várias marcas, vários sabores, e não é barata. Fica junto com os saquinhos de batatinhas chips no supermercado. E é estranho pra cacete, vai? Pipoca é uma coisa que você faz e come na hora; é crocante e quentinha. Não é legal, por exemplo, ir ao cinema e comer pipoca velha. E eu não acredito que a pipoca pronta do mercado tenha gosto de velha, porque senão os caras não conseguiriam vender. Então deve rolar um mega conservante pra manter a pipoca crocante. E olha que eu sou junkie... mas pipoca pronta já é demais.

Sunday, September 20, 2009

#Fail

Toda vez que acho que estou mandando super bem no inglês vem a fatídica pergunta: "So, where are you from?"

Friday, September 18, 2009

Little piece of heaven

Eu consegui passar dois meses nas terras do Tio Sam sem engordar. Até que, há algumas semanas, fui apresentada ao cheese cake. Sinceramente, não tinha a menor vontade de experimentar uma torta, doce, feita de queijo. Adoro queijo. Mas queijo é um troço salgado. E eu não gosto de misturar doce com salgado. Adoro banana, passas, pêssego em calda. Mas pra que, meu Deus, pra que enfiar frutas na farofa e nos molhos?

Bom, mas o marido insistiu e eu provei, né? Porque, se eu não provo, sou chamada de chata e fresca (o que sou mesmo, mas não gosto de ser chamada). E não era uma coisa de abóbora, que eu detesto. Era queijo, uma das coisas que mais amo no mundo.

E no momento em que botei o primeiro pedaço na boca, um novo mundo se abriu. Gente, como pode o troço ser tão bom? Não é salgado, mas também não é exatamente doce; e é tão macio. Não tem exatamente gosto de queijo, mas, de alguma forma, o queijo está lá. Difícil de explicar.

E sinto que começo a engordar. Tudo bem, eu sei que não comi tanto cheese cake assim pra engordar só de cheese cake. Sei que tem também os bagels e waffles no meio da história. Mas decidi culpar o cheese cake. Que continuarei comendo, por sinal. Me aguardem gorda e feliz na volta pra casa!

Le

Wednesday, September 16, 2009

Ritmo acelerado

Três amigos brasileiros em um restaurante de comida italiana. Pedem uma garrafa de vinho, comem o pão colocado na mesa pela simpática garçonete, batem papo. A simpática garçonete serve o vinho, recita os pratos do dia, e volta dois minutos depois para pegar os pedidos. Os amigos pedem mais uns minutos. Dali a pouco ela volta, não mais tão simpática. Um dos amigos ainda não decidiu. Sem conseguir disfarçar a impaciência, ela olha no relógio. Finalmente o pedido é feito. Os pratos chegam, "mais uma garrafa de vinho, por favor", eles comem devagar, batem papo, riem. Vêem a ex-simpática garçonete ir embora. Um novo garçom chega com o cardápio de sobremesas, diz que a cozinha vai fechar logo. Eles escolhem, e continuam a saborear o jantar. Vêem as sobremesas estrategicamente colocadas em um balcão perto da mesa, à espera de sua hora. Olham no relógio, ainda faltam 20 minutos para o horário oficial de fechamento do restaurante. Pratos retirados, sobremesas instantaneamente no lugar, vinho ainda pela metade. Sob os olhos atentos do garçom, os amigos deixam as sobremesas intocadas, terminam o vinho, comem calmamente os doces, pedem café. Chega o café, e não é surpresa que a conta venha junto.

É cultural, parece. Os garçons perguntam o que você quer beber assim que você senta, anotam o pedido dois minutos depois, e trazem a conta antes que você peça. É tudo muito objetivo: o cliente senta, o cliente come, o cliente vai embora. E todos, garçons e clientes, se entendem desta maneira. Não existe a idéia de passar horas relaxando, conversando, bebendo.

Há exceções, é claro. Elas existem quando o dono do restaurante é europeu.

Tuesday, September 15, 2009

11 de setembro


Choveu muito na sexta-feira. E fez o primeiro frio considerável por aqui. As flores colocadas nas grades das obras no Marco Zero murchavam com a água que não parava de cair. O som de gaitas de foles vinha de uma igreja ali perto. Com cartazes, algumas pessoas denunciavam que os ataques seriam na verdade uma conspiração do governo americano. Turistas, surpreendidos pela forte ventania, sorriam para fotos. Solitário, um homem chorava baixinho, rosto encostado na grade, um buquê de rosas brancas ao seu lado.

Monday, September 7, 2009

O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada

Com muito orgulho estampado no peito (e na barriga), o brasileiro, esse povo sofrido, fez a festa em Manhattan. Ainda não entendi bem o espírito da coisa - e também não me interessei muito. Só sei que anunciaram "25 quarteirões de alegria", ou algo assim, o que achei meio exagerado. Não tinha tanta gente pra tanto quarteirão da 6ª avenida. E, sim, demos um pulinho no Brazilian Day. O suficiente pra ver que, não, ainda não deu tempo de sentir saudade do Brasil.

Como chegamos meio tarde, o povo já estava suficientemente mamado. "Mas como, se não pode beber na rua?", perguntam vocês. "Ahhh", respondo eu, "a criatividade do brasileiro não tem limites". Depois de ver umas 10 pessoas com copões do McDonalds, testemunhei o momento em que um grupinho sacava uma latinha de Antarctica de um saco de supermercado e passava o líquido "risonho e límpido", como diria Vanusa, para o copo de refrigerante. Ali perto, uma rodinha de marmanjos com camisas da seleção cercava uma popozuda, que rebolava até o chão com seu microshortinho. No palco, Marcelo D2 e Arlindo Cruz cantavam o bagaço da laranja. No meio disso tudo, centenas de policiais tentavam manter a ordem. E, espremidos nas grades de proteção, os orgulhosos patriotas se esgoelavam para ser entrevistados pela repórter da Globo.

Quando tentávamos sair do meio da muvuca, uma micro bateria de escola de samba, com direito a rainha e tudo, cruzava, sem muito alarde, a avenida. Próximo dali, em meio às milhares de camisetas verdes e amarelas, um homem com uma camiseta azul escrita "Trinidad e Tobago" observava, quieto, a festa.

Sunday, September 6, 2009

Estréias (ou estreias)

Para tudo há uma primeira vez. Esta semana que se encerra hoje foi uma semana de primeiras vezes. Meu patins finalmente teve sua estréia nas ruas. Fomos a nosso primeiro musical da Broadway. Recebemos nossos primeiros hóspedes. Tiago publicou seu primeiro trabalho como correspondente. Semana cheia.

Sobre rodas
Ai, meu Deus, por que diabos eu fui inventar de andar de patins? Este foi meu primeiro pensamento quando pus os pés na calçada. O treco escorrega demais, eu sou atolada demais, a equação não dá certo. Andei agarrada no braço do Tiago - o que me lembrou quando comecei a andar de bicicleta sem rodinhas, agarrada no meu pai. Consegui dar algumas deslizadas, quase caí 50 vezes, e forcei tantos músculos novos que no dia seguinte senti como se tivesse sido atropelada por um caminhão. O segurança da bolsa de valores que tem aqui perto, um negão enorme com cara de mau, solidarizou-se, abriu o sorriso e me disse para ter paciência, que demora um pouco pra pegar o jeito. Achei bonito. Mas tenho que confessar que considerei vender os patins e comprar uma bicicleta, que de bicicleta eu sei andar.

Acabooou
Foram quase três meses de muito trabalho, muitos telefonemas, e-mails, viagens e falta de atenção pra mim, mas o Tiago finalmente acabou seu primeiro especial pra revista. Ainda não recebemos um exemplar, mas aposto que ficou lindona. Já compraram?

On stage
Nosso primeiro musical foi bem divertido. Chama 9 to 5, e é baseado num filme de 1980, ano em que nasci. Eu adorava ver o filme na sessão da tarde. No Brasil, ele foi traduzido para "Como eliminar seu chefe" e, aparentemente, eu sou a única pessoa que o conhece. E vimos de pertinho a ótima e comprida atriz Allison Janney, mais conhecida pelos viciados em West Wing como C.J. Cregg. Sim, como viciados assumidos, esta foi a parte mais legal.

Colchonete
Para alívio geral, o sofá-cama da Ikea montado por mim não desabou com as visitas. O que prova que eu sou uma boa montadora de coisas. Tivemos o amigo Onaga, que me trouxe meu remédio de estômago e acaba de nos dar uma caixa de chocolates Godiva de presente! E tivemos meu tio Luiz, que me trouxe dois (!) abridores de lata! Merci, guys.

Beijos gerais, e comprem a Exame! Quem não comprar a Exame não vai poder se hospedar aqui. Hahaha.

Le

Tuesday, September 1, 2009

Sunday, August 30, 2009

McMico

Sexta-feira corrida, coisas pra resolver na rua, muito trabalho pela frente, entramos num McDonalds com objetivo claro: engolir um sanduíche e voltar pra casa. Rápido, de preferência.

Chegamos no balcão, o Tiago pede um dos sandubas novos, eu escolho um Cheddar. A mulher fala "Ahn?"; eu repito, "Cheddar McMelt". A antipatia da mulher vira impaciência. "What?". "Ai Jesus", penso eu cá comigo. E resolvo que o problema deve ser o sotaque. Começo a enrolar a língua. "Tchédarrr Méeequi Méeeelt", falo devagar. A impaciência da mulher vira desprezo por mim. "I dunou whatcha talkin about", responde ela, com olhar de indiferença. Começo a olhar pra cima, pro cardápio, procurando a porcaria do sanduíche. E aí me dou conta de que ele não existe. Sim, o Cheddar não existe nos EUA! Começo a rir com o Tiago, enquanto a mulher continua a me olhar com desprezo e impaciência. E parto pra um McFish.

Mas vai, gente, o treco chama Cheddar McMelt... eu lá ia saber que não tinha por aqui.

Wednesday, August 26, 2009

Pig Flu

Da Folha de S. Paulo de hoje:

Estudo divulgado pelo conselho de consultores em ciência e tecnologia do presidente dos EUA, Barack Obama, afirma que o vírus H1N1, causador da gripe suína, pode atingir até 120 milhões de americanos, ou 40% da população do país.
...
Os especialistas calculam que o total de mortes associadas ao vírus ficará entre 30 mil e 90 mil.
...
A previsão é que haja uma segunda onda da gripe no hemisfério Norte em outubro, com a volta às aulas e o retorno do frio.

Ai ai ai. E tome vitamina C e álcool gel.

Monday, August 24, 2009

Hora certa, lugar certo

Olha, só pra constar: a partir de agora eu vou assinar os meus posts. Foi o Tiago que mandou, porque lá embaixo aparece nós dois assinando, e na verdade sou eu escrevendo. Mas ele vai aparecer por aqui um dia, eu prometo.

Este post é pra contar como o meu sábado foi estranho. Coisas boas não costumam acontecer comigo. Quer dizer, elas acontecem. Mas to falando de coisas boas esquisitas, daquelas que você pensa que estava no lugar certo na hora certa. Coisas de filme. Bom, vou contar e vocês vão entender.

Sábado o Tiago me expulsou de casa, porque precisava trabalhar e toda a minha beleza iria desconcentrá-lo. Aí eu resolvi que queria ir no MoMA, mas logo desresolvi quando vi que custava 20 dólares o ingresso. Fim do mês, grana curta, eu sou mão de vaca... juntou tudo. Mas o Tiago mandou eu deixar de ser besta e ir pro museu. E eu obedeci, né?

Chegando lá, estou na fila do ingresso quando um homem chega do meu lado e diz: "Ei, você quer o meu ingresso?"

E eu: "Uhm, não, mas obrigada". Eu sou muito desconfiada, e entendi que ele queria me vender o ingresso.

Aí ele já estava indo embora, mas voltou e falou: "Fica com ele, de qualquer maneira. Estou indo embora mesmo".

Peguei o ingresso na mão e vi que era uma entrada gratuita - ou seja, ele deve ter carteira de imprensa, ou é associado do museu, algo assim. Perguntei por que ele não queria o ingresso, e ele respondeu que já tinha visto o que queria e que a moça da entrada não havia marcado o papel.

Então tá, né? Entrei de graça no MoMA!!!

Aí eu já estava bem feliz. Minha mão de vaquice é tanta que eu fico feliz de poupar 20 dólares. E o MoMA é muito legal, mas mais tarde eu conto dele.

O que aconteceu depois foi mais estranho ainda. Saí do museu, almocei e lembrei que eu queria ir numa peça da Broadway que ia terminar na primeira semana de setembro. Na noite anterior eu tinha decidido não comprar os ingressos porque ia sair muito caro. Fim de mês, grana curta, etc. Mas como tinha tomado uma cerveja no almoço, estava relaxada e resolvi dar um pulo no teatro pra gastar dinheiro. Chegando lá, fui escolher as entradas. Não vou contar quanto custavam, mas não eram baratas. A mais barata - que pra mim já era cara - equivalia à última fileira do mezanino. Láaaa atrás. Pensei: f*-se. Perguntei pro moço da bilheteria qual era o melhor lugar disponível e pedi dois ingressos.

Aí aconteceu a coisa estranha: o moço da bilheteria perguntou de onde eu era e começou a puxar papo. Eu, inocentemente, dei papo pro moço (ele era engraçado). E o moço gostou de mim. Dei meu cartão de crédito e, quando ele me devolveu o recibo pra assinar, o valor total era 100 dólares a menos do que deveria ser. Hein?, perguntei pro moço. Ele falou que era aquilo mesmo, que era uma surpresa pra mim. Ou seja, ganhei um descontão!

Daí saí do teatro muito eufórica com a segunda economia involuntária do dia. E voltei correndo pra casa, com medo de que alguma coisa ruim acontecesse. Vai que acontece, né?

Le

Sunday, August 23, 2009

Fruta$$$


Hoje tomei meu primeiro suco de frutas natural em dois meses. Era de laranja. Custou a bagatela de 10 reais.

Friday, August 21, 2009

Inferno e inverno

A capa da última Time Out New York traz "75 coisas para fazer antes que o verão acabe". Aí o texto diz algo do tipo: "não é pra você entrar em pânico ou nada, mas faltam apenas 5 semanas e meia de verão".

Coisas que dizem pra eu não entrar em pânico me deixam em pânico. É instantâneo. Que nem as instruções de segurança antes do avião decolar. Se o treco não vai cair, por que diabos eu tenho que saber o que fazer caso ele caia? Não tenho medo nenhum de avião, mas este momento específico me deixa tensa. O mesmo aconteceu quando fiz uma ressonância magnética este ano. Se o treco é seguro, por que tenho que assinar tantos formulários de segurança me responsabilizando caso algo dê errado?

Eu comecei a temer o inverno daqui desde que chegamos. Sempre gostei de invernos de verdade, com neve e tudo, mas nunca morei num lugar assim. E os relatos me assustam. Um conhecido do Tiago contou que já viu o Hudson congelar! Dizem que nosso bairro, justamente por ser perto do rio, tem ventos terríveis. Outro dia, o Tiago entrevistou um cara inglês que já morou por aqui e afirmou que o inverno é um horror. Notaram o problema? O cara é da Inglaterra, onde é frio pra burro, e se impressionou com o frio de Nova York.

Pra piorar, eu estou na lista das pessoas mais friorentas da face da Terra. (E faço parte da comunidade do Orkut chamada "Se nevar a gente morre")

Por enquanto, está um calor dos infernos. Julho foi um mês com dias agradáveis; agosto está sendo um mês com dias estupidamente quentes. O ar é quente e úmido. Saímos de uma loja com ar condicionado, ontem, e nossos óculos embaçaram. Em julho a gente ia fazer piquenique na grama. Agora, o piquenique é na mesa da sala mesmo, com o ar condicionado a toda. As estações de metrô são tão quentes que, quando o metrô - geladinho - chega, eu quase choro de felicidade.

Mas daí a passar pra um rio congelado já é demais pro meu gosto. Fato é que, se eu sobreviver aos patins, meu próximo desafio será o inverno.

Thursday, August 20, 2009

Duas coisas

Primeira coisa:

Chegou meu brinquedinho! Ele cabe no meu pé (eba) e é lindo, cinza e rosa (bem de menina).

Agora tenho que aprender a andar de patins... Acho que vai ser mais difícil do que eu pensava. No meu primeiro minuto sobre rodas (dentro de casa, que fique claro), caí de bunda no chão e atropelei o pé do Tiago.

O Tiago, por sinal, mandou eu tirar os patins porque o capacete ainda não chegou. Ele pareceu realmente preocupado me mostrando os lugares da sala onde eu poderia bater a cabeça e morrer. Então agora tenho que esperar o capacete.

Segunda coisa:

Ontem a gente quase foi atropelado. Foi assim: a rua estava engarrafada, e uma vaca, em vez de esperar antes do sinal, parou o carro em cima da faixa de pedestre. E o óbvio aconteceu: o sinal abriu e as pessoas começaram a atravessar entre uma van e o carro da vaca. E o que a vaca fez? Assim que a van saiu da frente, começou a andar com o carro! Acho que ela tava com vontade de fazer boliche de gente, só pode. Bom, mas eu to contando essa história porque achei engraçado o seguinte: quando a vaca veio pra cima, eu olhei pra cara dela (claro que ela não teve coragem de olhar na minha cara) e berrei "EEeei, ta maluca?", em português. Óbvio que ela não ia entender, né? Mas é engraçado como quando o sangue sobe a gente esquece que está em outro país com outra língua.

Monday, August 17, 2009

Sobre rodas

Entonces, eu tinha inventado que queria comprar patins. Tive a idéia ainda em São Paulo, pra andar no Villa Lobos, mas não cheguei a pensar muito nela. Chegando aqui em pleno verão, a vontade voltou. Devo estar há um mês falando disso e o Tiago não deve mais aguentar. Já contei pro meu pai e pra minha mãe e fiz muita pesquisa na internet. Descobri, por exemplo, que 10 pessoas morreram na cidade na última década por causa dos patins. Cinco foram atropeladas, e outras cinco caíram e bateram a cabeça - e não teriam morrido se tivessem de capacete.

Daí começou minha lista:

* patins
*capacete

Mês passado vi uma patinadora ser atropelada por um ciclista. Nada grave, mas o cotovelo dela ficou todo ensanguentado. Aumentei a lista:

* joelheira, cotoveleira e proteção pro pulso

Fim da lista, comecei a procurar o patins. Achei exatamente o que queria na Amazon, mas daí veio o medo de comprar na internet e o treco não ficar legal no meu pé. As resenhas no site elogiam bastante o patins escolhido, dizem que é pra se guiar pelo número do sapato que dá certo, etc. Ainda assim, resolvi ir a uma loja - vamos fazer tudo certinho, né?

Escolhi uma loja especializada em skate e patins. Entro, e o primeiro andar é lotado de roupas de skatista. Olho para os lados, e todos os vendedores usam boné e camiseta larga. Ninguém vem me atender, e eu procuro sozinha a seção de patins. Que se resume a uma micro parede. Olho, olho e chamo um vendedor-skatista. Faço perguntas básicas, digo que quero começar a patinar, e o cara me diz que, "pra iniciante", só tinha um patins. Não gosto da cara do bicho. Conto do meu patins na internet. O skatista me olha desconfiado e pergunta a marca. "Rollerblade", respondo. "Tem certeza? Nunca ouvi falar de um Rollerblade com esse nome". E empacamos aí. Resolvo mudar de assunto. "E preço? Qual a variação de preço?". "Ahhhh, você não consegue um patins decente por menos de 200 dólares", diz ele. Oi? Não, não quero pagar isso tudo não, moço. Mas resolvo não levar a conversa adiante. Saio com a impressão de que estas lojas especializadas devem ser ótimas pra quem é super entendido, mas só complicam a vida de quem quer simplesmente andar de patins nos fins de semana na ciclovia perto de casa.

Sigo para outra loja. Esta, uma das maiores lojas de esportes de NY. Me perco no meio do caminho, é claro, mas acabo encontrando o diabo do lugar. Entro em um mundo de bicicletas, luvas de boxe e roupas de mergulho, e, láaa no finzinho, acho o buraco onde ficam escondidos os patins e skates. Um cara atrás de um balcão monta um skate; outro está mostrando patins para um casal. Legal, penso eu, é nele que eu vou. Enquanto espero o casal ser atendido, vou olhando os equipamentos de segurança. Quando volto a olhar pro vendedor, há outras três pessoas querendo comprar patins. Que êsso, gente? Lotação! Desisto da atenção do vendedor, mas resolvo ouvir as explicações dele pro povo - que são basicamente as mesmas explicações do skatista da primeira loja. Este novo vendedor gosta de se gabar de sua habilidade com os patins. Mostra o modelo preferido. "Venho do Brooklyn até aqui com ele!", conta. Legal, moço, mas dá pra me atendeeeer por favoooor. Sem receber atenção, volto pro canto e tento testar a cotoveleira, e descubro que nem isso sei fazer direito. De que lado é pra enfiar? Resolvo que não vou comprar porcaria de patins nenhum ali, vou comprar na internet, mas que vou olhar os capacetes (muito importante!).

Interrompo o vendedor-patinador e digo: "Eu poderia estar roubando, poderia estar matando, mas estou aqui humildemente pedindo a sua atenção".

Brincadeira, claro que eu não disse isso. O que eu disse foi:

"Oi. Eu queria comprar um capacete pra andar de patins".

E ele (com cara de desprezo):

"Os capacetes estão ali naquela parede"

"Ahm, eu vi (não sou cega, sabe?). Mas queria uma ajudinha. Não sei qual é bom"

"Todos são bons" (já sem paciência). "Você experimenta. Se ficar grande, tá ruim. Tem que ficar certinho".

"Ahhhh, thanks", respondo, abaixo a cabeça e me recolho a minha insignificância.

Experimento o capacete médio, e fica grande. Experimento o pequeno, e fica pequeno. Frustração total: tenho uma cabeça intermediária, pelo visto. Resolvo que não vou comprar mais patins nenhum. Vou é andar a pé mesmo, e olhe lá.

***
Chegando em casa, conto a história pro Tiago, que me anima a comprar o patins. Penso, penso, e, antes de dormir, entro na Amazon e compro tudinho - até uma bolsa pra guardar os bichinhos. Acordo o pobre coitado do Tiago, que já dorme feliz, pra contar a novidade. E quase não consigo dormir de excitação, que nem criança que sabe que vai ganhar o presente que mais queria de Natal.

Acordo hoje de manhã, olho meu e-mail e... meu cartão de crédito foi recusado. Nãaaaaao! Não é possível, penso. É um sinal pra eu não andar de patins, só pode ser. De novo, o Tiago me convence que é só coincidência. Tensa, entro no site do banco e vejo números em vermelho. "Ahhhh. To no vermelho", grito. E lá vem meu querido marido correndo (poque ele sabe que os meus maiores medos são borboletas, pombos e entrar no vermelho). Alarme falso, não estou no vermelho. Entro na Amazon e descubro que botei a validade do cartão errada - era mês 10, escrevi 6. Ufa.

Finalmente comprei meu novo brinquedinho. Daqui a alguns dias, quando ele chegar, eu conto se fiz um bom negócio ou uma grande burrada.

Saturday, August 15, 2009

Subway

Para entender como é complexo o metrô daqui:

Tínhamos que pegar a linha C pra ir pra casa. Na plataforma, um papel pregado na parede dizia que a linha C não estava funcionando, e era pra pegarmos a A. Pegamos o metrô A e, no meio do caminho, o "motorista" diz no alto falante que, a partir dali, ia fazer o trajeto da linha F. Claro que isso significava não parar na nossa estação. Tivemos que seguir até o Brooklyn e pegar o metrô A voltando para Manhattan. Na brincadeira, perdemos uns 40 minutos.

E mais cedo eu tinha comentado como era bom morar numa cidade com uma vasta rede de metrô, onde ele realmente funciona. Ele realmente enlouquece a gente, isso sim.

Thursday, August 13, 2009

A grande descoberta de Neguinho

Este post não tem nada a ver com com NY - bom, indiretamente até tem.

Saiu no blog Roda de Samba, do site do jornal Extra: Neguinho da Beija-Flor é furtado na Europa

O crime aconteceu na Itália. Neguinho - que perdeu dinheiro, mala, laptop e passaporte - conta:

“Visitamos o Vaticano, o Coliseu e depois fomos a uma praia tirar fotos. Quando voltamos, nossa van estava arrombada e tinham levado tudo: malas, cachês dos músicos e passaportes. Dizem que só no Brasil tem ladrão, mas aqui também tem!”

Primeiro: como alguém deixa o passaporte dentro de um carro? Pelamordedeus! A segunda coisa que eu penso quando vejo uma notícia assim é que brasileiro - e carioca, principalmente - tem mania de achar que na Europa não tem ladrão. Estamos sempre tão acostumados com a violência e as malandragens do Rio que chegamos em cidades como Roma e Paris e relaxamos totalmente.

Conheço várias histórias de furtos na Europa. E já vi furtos acontecerem na minha frente, sem que nem eu ou ninguém percebesse. O último caso foi o de uma amiga querida que mora em Londres - e eu não acredito que ela seja desligada com essas coisas. Mas foi o caso clássico: estava numa loja experimentando um sapato e descuidou da bolsa por um segundo. Pronto, já era. Muitas vezes são crianças, senhoras ou mulheres com carrinhos de bebê - e que não têm a mínima pinta de suspeitas - que cometem o crime. Há alguns anos vi uma argentina entrar em desespero ao ter a bolsa furtada - com o passaporte dentro - em um McDonalds de Paris. A última pessoa que lembrávamos ter sentado perto da mesa dela era uma mulher idosa, que havia ido embora minutos antes.

Eu acho que às vezes não tem jeito mesmo. Quando um ladrão te ameaça, não há o que fazer. Mas muitos furtos podem ser evitados com cuidados simples, como nunca pendurar a bolsa na cadeira do restaurante e sempre desconfiar de pessoas que se aproximam dizendo que acharam dinheiro no chão e que pode ser seu - basta você abrir a carteira pra checar que já era. Mas de repente o primeiro cuidado quando se está no exterior é não dar uma de Neguinho da Beija-Flor e achar que só existe ladrão no Brasil...

Thursday, August 6, 2009

Five

Eu não sei se já tem aí no Brasil, mas a Häagen Dazs lançou aqui uma linha de sorvetes chamada Five. Se já tem aí, todo mundo conhece, bla bla, foi mal. Vou falar sobre os sorvetes mesmo assim (haha), então aguentem.

A linha chama Five porque os sorvetes só têm cinco ingredientes. Acho que é uma aposta saudável, leve, clean, etc. O pote é branco e tudo. Os ingredientes são leite (dãaa), ovos, açúcar, creme (diz cream no pote, não sei que diabo de creme é esse) e o sabor - tem de chocolate, gengibre, hortelã, maracujá, baunilha, café e açúcar mascavo.

Eu provei o de chocolate, of course. Não tava levando muita fé, mas o sorvete é ó-te-mo. Ele dá a impressão de ser mais leve que o sorvete normal, mas é muito cremoso. Tive que tirar o pote da minha frente pra não comer mais.

Então é isso aí, pessoal. E de nada, Häagen Dazs, pela propaganda "di grátis" neste popular blog - suas vendas irão aumentar, com certeza.

Tuesday, August 4, 2009

Eu e minhas galochas

Domingo fui ao cinema. Até aí, grandes coisas. Mas vou contar a história do cinema porque às vezes eu sou tão atrapalhada que nem eu mesma acredito que possa haver uma pessoa tão atrapalhada.

A história começa, na verdade, no sábado. No sábado, eu comprei um par de galochas. Eu queria muito ter galochas. Quando eu era pequena eu sempre tinha galochas. A última, se não me engano, foi uma branca, que levei pra Disney quando tinha oito anos de idade. Nas fotos eu apareço de galochas e calça de moletom. Combinação super fashion, por sinal.

Mas voltando ao fim de semana, eu comprei as galochas e acordei feliz no domingo quando vi que estava chovendo. É um sinal, pensei. Já tinha decidido ir ao cinema, e agora poderia usar as galochas. Mas aí a chuva apertou demais e pensei que seria meio bizarro proteger meus pés e ficar com o resto do corpo todo molhado - porque era daquelas chuvas com vento, em que guarda-chuva não adianta nada.

Esperando a chuva melhorar um pouco, fiquei em casa lendo, e acabei pegando no sono. Quando acordei, estava sol. Não acreditei. Teimosa, calcei as galochas e fui pra rua.

Não, não é bom usar galochas com sol, eu aprendi. Depois de cinco minutos, minhas pernas suavam e suavam sem parar. Cheguei ao cinema morreeeeendo de calor, querendo desesperadamente que um par de havaianas aparecesse por mágica na minha bolsa. Não apareceu.

***
Além disso, cheguei atrasada. E tinha decidido que compraria pipoca. O cinema era de uma daquelas redes enormes, com umas 50 salas. Entrei na fila da pipoca, demorou um século, fiz minha compra e saí correndo pra sala. Quando eu entro, o cinema está completamente lotado, com pessoas sentadas no chão, e o filme já começado. Pensei: ué, cadê os trailers? Quanto tempo passei na fila da pipoca?

Bom, estava escuro, eu estava enrolada com um saco enorme de pipoca na mão (tudo neste país é enorme) e não dava pra ficar ali, em pé. Arrumei um lugar no chão e sentei, bem pau da vida que tinha perdido o começo do filme e que tinha pagado 25 reais pra ter que sentar na porcaria do chão.

Começo a prestar atenção na telona e não entendo nada. O protagonista com cara de arrasado, as pessoas na platéia morrendo de rir. Pensei: isso não tá certo. Não pode ser o começo do filme. Depois de duas cenas, pego meu sacão de pipoca e saio da sala, sem saber muito bem o que fazer. Começo a procurar algum funcionário do cinema pra perguntar, e dou de cara com a sala certa. Sim, o filme estava passando em mais de uma sala, dãaaaa. Com o tempo perdido na sala errada, perdi também os bons lugares nesta. Cacete, penso eu. Tive que sentar lá na frente - mas pelo menos não era no chão e o filme ainda não tinha começado.

E finalmente eu e minhas galochas pudemos relaxar.

Sunday, August 2, 2009

Woody

Hoje passou Annie Hall na TV. Alguém entende como isso é legal? Ver Annie Hall na TV em Nova York é muito legal. Só falta eu cruzar com o Woody Allen na rua amanhã...

Thursday, July 30, 2009

A bolha no teto

Segunda-feira, dia de trabalho duro. Trabalho encerrado, banho, jantar e vinhozinho com TV na cama. De repente, um barulho estranho. Tec, tec, tec. Pergunto pro Tiago se ele também está ouvindo, ou se eu fiquei maluca de vez. Ele está ouvindo, mas acha que eu estou fazendo o barulho e perguntando sobre o barulho (!), só pra rir dele. Saio em busca do barulho, descubro que vem de perto do armário, mas não consigo identificar precisamente a fonte. Resolvo esquecer a história, voltar pro vinho e pra TV.

Eis que, pelo canto do olho, vejo algo caindo. É uma gota, perto da parede. Depois outra, e outra. Tec, tec, tec. Olho para cima e lá está ela. Uma bolha enorme no teto. Deve estar ali, crescendo, há dias, cheinha de água. E nós simplesmente não olhamos pra cima. A goteira pinga da bolha. Corro pra pegar uma toalha, o Tiago pensa se a gente espera até o dia seguinte pra buscar ajuda. Hein? Em minutos ele sobe de volta trazendo o zelador, que faz cara feia para a bolha e diz que vai investigar. E some.

Em questão de minutos, a bolha cresce, cresce, e estoura. Uma bolha, estourando, dentro do quarto. O zelador foi abduzido pelo monstro da bolha, penso eu. Os pingos ainda caem, mas em menor quantidade. Como não temos balde e temos sono, vai a panela de macarrão pro chão evitar o alagamento.

***

É, pessoal, finalmente este blog ficou emocionante. Segunda-feira com bolha assassina não é pra qualquer um não. Mas, ao contrário dos filmes de terror que eu adoro, esta história termina bem. O vazamento foi contido, prometeu Joseph, nosso faz-tudo gente-boa, tentando explicar, em vão para dois analfabetos em encanamentos, de onde vinha o pinga-pinga. O resto da bolha foi extirpado; o teto, pintado. E vivemos felizes para sempre, até que a próxima bolha nos assuste.

***

Bastante impressionada com a experiência, contei a história para minha mãe arquiteta:

Mãe, tinha uma bolha! Uma bo-lha. Tipo, a tinta foi esticando, esticaaaando, até estourar. A tinta esticou, mãe! Você acredita?

Minha mãe, acostumada com essas coisas, e sem achar grandes coisas da minha história:

Claro, a tinta é plástica.

Da próxima vez vou ter que inventar um monstro pior pra impressionar a minha mãe...

Monday, July 27, 2009

Atrapalhada, eu?

Quebrei três taças de vinho em um mês.

Acho que serei expulsa da casa. To dando muito prejuízo.

Friday, July 24, 2009

3º Round

Hoje apanhamos de novo do abridor de latas. Sério, o treco não faz sentido. E a lata de milho que comprei na primeira semana está ficando detonada com as nossas tentativas. Abrir que é bom, nada. Eu desisto.

Pra quem não entendeu nada, basta clicar aqui.

E a primeira pessoa que vier visitar a gente vai ter que trazer de presente um abridor de latas daqueles bem simples, combinado?

Thursday, July 23, 2009

Os Patetas

Início do texto do Verissimo publicado hoje no Estadão:

Ouvi que, de acordo com uma convenção internacional, nos chuveiros a torneira de um lado é sempre a da água quente e a do outro, logicamente, a da água fria. Mas nunca me lembro quais são os lados. Não usam mais os velhos ''Q'' e ''F'', imagino, para não descriminar os analfabetos, nem as cores vermelho para quente e azul para fria, para não descriminar os daltônicos. Mas e nós, os patetas?

Fofo, fofo.

Wednesday, July 22, 2009

Sinal de fumaça

Coloque um casal de brasileiros em um apartamento com cozinha americana ("integrada" ao resto do ambiente), janelas com travas de segurança (que só permitem que se abra uma frestinha) e detector de fumaça.

O resultado? Uma tentativa de almoço vira alarme de incêndio disparado.

Quando estávamos procurando um cafofo, comentei com o corretor, após algumas visitas, que achava muito estranho morar em um lugar onde as cozinhas eram praticamente dentro da sala. Algumas são até bem charmosas, mas tem outras que não têm nem um balcão para dar uma dividida no espaço. Ele respondeu que era normal, que os novaiorquinos não têm muito o hábito de cozinhar. Pedem comida, compram coisas prontas para esquentar ou comem fora. Claro que isso não é regra absoluta (hoje mesmo ouvimos o alarme de um vizinho, o que fez com que não nos sentíssemos tão peixes fora d'água).

Pois bem. O que nos salvou de um mico maior (que seria ter que chamar o porteiro para resolver o problema) foi meu vício em televisão. Em questão de segundos lembrei de um episódio de Friends em que o detector de fumaça do apartamento de Phoebe Buffay (!) dá problema e o alarme dispara. Ela não consegue de jeito nenhum consertá-lo e acaba jogando o treco fora. Algum tempo depois batem na porta, e é um bombeiro, com o detector na mão. Ele ensina que basta apertar um botão que o alarme pára.

Rapidamente, pulei para o detector (que meu amado marido nem sabia onde ficava) e apertei o primeiro botão que vi.

MInhas habilidades culinárias não permitem que eu faça a comida, mas este foi o dia em que salvei o almoço!

Sunday, July 19, 2009

AAAAAAAAAHHHHHH!



Hoje eu andei de montanha russa. Tá tarde, to cansada e ainda tenho que trabalhar um pouquinho, mas vim aqui contar rapidinho. Fomos pra Coney Island, e eu andei na Cyclone, uma montanha russa de 1927 - mais antiga que minha amada vovó!

O legal é que, ao contrário das montanhas modernas, ela só te prende até a cintura. E como as descidas são boas, te dá um medinho ótimo, já que você não fica tão preso. E o mais interessante é que a estrutura é feita de madeira. Quando você tá na rua e olha pra cima com o carrinho passando, você sente tudo tremer. O Tiago não gostou quando eu inventei de ir (afinal, um treco de madeira não pode ser seguro), mas não teve jeito, e lá fui eu. O bom é que voltei viva...

Na foto, um detalhe do "ride". Alguém consegue me achar?

Saturday, July 18, 2009

Vamos cantar aquela musiquinha...


"Dia 13 o cara aí fez trintão, e nem 'tchum'? Nem uma postági??". O querido Biga reclamou, e aqui vai, em homenagem a ele:


Eu queria que o Tiago contasse sobre o aniversário, mas já notamos que ele é bem preguiçoso pra blogs. Povo amado, o que aconteceu foi o seguinte: meu maridão saiu da faixa dos 20 esta semana. Agora ele deve se transformar imediatamente em um homem responsável. Aos que esqueceram da data querida, só posso dizer que ele ficou muito sentido e que vocês podem se redimir fazendo depósitos em nossa conta bancária. Acho que isso o fará feliz.


A comemoração foi num italiano no Village, chamado Lupa. Já queríamos ir no Lupa antes de chegarmos aqui. Decidimos que o jantar especial seria no dia dos namorados, mas não conseguimos reserva. Finalmente o Tiago conseguiu reservar. Pensei eu: é segunda-feira, estará vazio. Ledo engano, ladies and gentleman. Estava lotado o restaurante. E o jantar foi ó-te-mo. (E era aqui, como falei dois post abaixo, que temia que o blog virasse um blog gastronômico).


Mas não tenho como evitar, terei que descrever a experiência:


Pedimos taças de prosecco - e vieram praticamente baldes de prosecco. Obaaa! Pedimos presunto cru, e o moço do balcão fatiou na hora. Maravilhoso. Tomamos um vinho italiano fantástico. Não lembro o nome, foi o aniversariante que escolheu - eu só bebi, sem reclamar. Os pratos: pedi um gnocchi (ou nhoque) de ricota com uma linguiça apimentada, que estava ótimo. Mas o prato do Tiago é que era sensacional: um ombro de porco (sorry, Biga) com molho balsâmico. Depois comemos pecorino (uma porção meio minúscula demais pro nosso gosto) e pedimos a sobremesa italiana preferida: Biscotti e Vino Dolce. Eu fingi que ia no banheiro e pedi pro garçom botar uma velinha na sobremesa (na foto aí de cima, o Tiago envergonhado por eu estar tirando fotos no restaurante).


Na volta pra casa, tomamos uma dose de Zubrowka pra encerrar a comemoração.

Wednesday, July 15, 2009

Cartón

Problema básico de se fazer compras no exterior com cartão de crédito brasileiro:

Você compra pensando no dólar a menos de 2 reais. Aí bem no dia em que fecham a tua conta, o dólar sobe. E, como em um passe de mágica, você extrapola o limite do diabo do cartão. Aí bloqueiam o infeliz porque você fez besteira. Ueeba!

E olha que nem foram compras divertidas, daquelas que você pensa "ah, tudo bem, passei do limite, mas que este vestidinho ficou tudo de bom com estes sapatos e esta bolsa, isso ficou".

Tuesday, July 14, 2009

Turistolândia


Depois de um longo e tenebroso inverno de cinco dias, aqui estamos nós novamente. No fim de semana vestimos nossa fantasia de turistas e fomos explorar a cidade.

Sábado foi dia de Brooklyn. Cruzamos a ponte a pé, com um sol dos infernos na cabeça. O bom é que venta lá em cima, então não fica tão infernal. Uma coisa curiosa daqui é que tem muito ciclista, e os ciclistas têm um instinto meio assassino. Eles vêm que vêm, e você que pule fora do caminho. Na sexta, a gente viu uma patinadora ser atropelada por um ciclista. Quer dizer, a gente ouviu o barulho, e vimos a confusão. Não sei de quem foi a culpa, mas enquanto a mulher ainda estava no chão, machucada, o cara de bicicleta ficou dando esporro nela. Ele nem ao menos desceu da bicicleta pra ajudá-la a levantar. Estávamos longe, então não dava pra ouvir o diálogo, mas eu sei que, de repente, o cara deu meia volta e saiu voando de bicicleta. o cara fugiu!!!! não acreditei. a patinadora também pareceu não acreditar, demorou uns segundo olhando pro nada, levantou de um pulo só e foi patinando atrás do cara, berrando. Um outro patinador - que depois descobri que estava com ela - também tentou pegar o ciclista idiota, em vão. Foi bem emocionante.

Bom, mas voltando à ponte do Brooklyn. A pista é dividida por uma faixa branca: o lado direito é pros andantes, e o lado esquerdo é pros ciclistas. Mas turistas não são andantes comuns. Eles não prestam muita atenção pra faixas brancas e sinalizações em geral. Então toda hora algum turista distraído ia andando distraidamente no lado dos ciclistas, e lá vinha um ciclista voador, berrando, apitando, fazendo sinais. E o turista levava um mega susto e dava um pulo pro outro lado. É meio assustador levar uma apitada no ouvido.

Chegando ao outro lado da ponte, seguimos ao nosso destino final: o Dumbo! Dumbo é um acrônimo para "Down Under the Manhattan Bridge Overpass". E "acrônimo" é uma palavra que eu fui forçada a aprender em Nova York, porque aqui tem muitos acrônimos. Tribeca, por exemplo, significa "Triangle Below the Canal" - porque é a área logo abaixo da rua Canal. Não sei se é em formato de triângulo, mas deve ser, já que o acrônimo diz que é. O Dumbo é um bairro legalzinho, com umas pracinhas na beira do rio e uma lojinha de chocolate fantástica, onde tem o melhor cookie do mundo. Sem exageros. Chama Jacques Torres Chocolate. O bom do cookie é que ele não tem gotas de chocolate, mas camadas de chocolate entre as camadas de biscoito. Então o biscoito e o chocolate se unem de um jeito único e perfeito. E eu já estou com água na boca só de escrever isso.

No domingo foi dia de Chinatown - sério, gente, 25 de Março perde. Nunca vi tanto muambeiro junto. Fugimos de Chinatown e paramos em Roma, ops, Little Italy. Little Italy é igual às ruas cheias de restaurantes em Roma, com as toalhas de mesa cafonas, as paredes com cores cafonas, os caras no meio da ruas te chamando pra entrar nos restaurantes... ai, que saudade da Itália! Então decidimos comer em Roma. Depois fomos procurar um sorvete que o Lonely Planet indica. Sério, gente, é o melhor sorvete de chocolate do mundo. Eu pedi um de framboesa e me arrependi. O de chocolate do Tiago estava fantástico. Recomendo. O lugar chama Il Laboratorio del Gelato e funciona numa janela. As pessoas fazem fila na rua.

E agora chega de fim de semana. Daqui a pouco conto da nossa segunda-feira - e vai ser neste momento que este blog irá virar um blog gastronômico.

Thursday, July 9, 2009

R.I.P.

Este post não tem nada a ver com NY. Eu estava apenas pensando: Michael Jackson tem passeado bem depois que morreu. Como em vida ficava sempre fugindo dos paparazzi, agora anda soltinho por aí, e nem tem que se preocupar com burocracias ou logística.

Outro dia, um vídeo da CNN em que uma sombra aparece andando por Neverland, rancho do cantor na Califórnia, espalhou-se pela internet. Hoje eu li que outra sombra foi vista - desta vez em Malambo, no Caribe colombiano. Uma mulher ensinava aos filhos os passos de dança do "rei do pop" quando as crianças viram uma sombra atrás dela, e todos sentiram cheiro de formol. buuuuuu...

Em Cabedelo, na Paraíba, manchas escuras apareceram na parede de um bar - segundo testemunhas, as manchas, que surgiram depois de uma chuva, formam o rosto do cantor. Agora, tem fila pra fotografar a parede.

Eu não sei se fantasmas existem ou o que acontece depois da morte, mas que Michael Jackson anda bem saidinho, ah, isso anda.

Boletim ao vivo

Estamos com fome. Queremos almoçar, e a comida está acabando. (Temos que ir ao mercado hoje). Encontrei uma lata de atum no fundo do armário e decidimos fazer macarrão com atum, um prato clássico da culinária do casal.

Agora vem o problema: não conseguimos abrir a lata. Comprei um abridor e há três semanas não conseguimos entender como ele funciona. Há três semanas que tento abrir uma lata de milho para botar na salada e também não consigo. É muito irritante, e também muito intrigante. O abridor não faz sentido, simplesmente não faz sentido. Arrrrgh.

Pronto, desabafei. Ufa.

Tuesday, July 7, 2009

UóUóUóUóUóUóUóUó

Tá na Folha de S. Paulo de ontem:

O barulho do transporte público pode prejudicar a audição de alguns passageiros. Foi o que mostrou um estudo feito em Nova York e publicado no "American Journal of Public Health". O ruído na plataforma do metrô chegou a 102 decibéis -mais alto do que o de uma motosserra. Nos ônibus, a média foi de 75 decibéis. Barulhos de 80 decibéis ou mais são potencialmente danosos. O risco é maior para quem usa transporte público todo dia e por um longo período.

Mas não foi o ruído do metrô o que mais nos incomodou até agora; foi a profusão de sirenes pela cidade. É impressionante como, a todo minuto, surge uma sirene berrando nos nossos ouvidos. Outro dia estávamos num bar, sentados numa mesa na calçada, e primeiro passou uma ambulância, cinco minutos depois veio um carro de bombeiros, e, logo atrás, um carro de polícia. Todos berrando. O Tiago sempre acha que é mentira, que eles não estão no meio de uma emergência, que é impossível ter tanta emergência assim. Eu também acho. Deve fazer parte da megalomania americana de que tudo tem que ser maior e melhor. Algo como "Ei, se temos uma sirene aqui, por que não usar?".

Sunday, July 5, 2009

Happy New Year!

Ontem fomos ver os fogos de artifício de comemoração do 4 de Julho (que eu cismo em chamar de 4 de Setembro, não sei porquê). Fomos nós, a torcida do Flamengo e a do Corinthians, todo mundo junto. Os fogos, este ano, foram no rio Hudson, em balsas colocadas entre as ruas 23 e 54 (ou algo assim, não lembro direito). Sei que pesquisei no jornal os melhores lugares para ver o "eveinto" e lá fomos nós em direção ao metrô.

O esquema de segurança é tão pesado que os policiais vão fechando as ruas para os pedestres quando acham que ali já tem gente demais. E vão fechando as avenidas também. Ou seja, não conseguimos nem chegar perto do rio. Ficamos em uma avenida lotada de gente, mas que a polícia não tinha fechado para os carros (muuuuito inteligente). Aí ficou aquela confusão básica, com carros e ônibus querendo passar, uma galera sentada no chão fazendo piquenique no meio do asfalto, o resto do povo tentando arrumar um lugarzinho menos apertado e os policiais, em cima de cavalos, achando que estavam conseguindo impor alguma ordem.

Bom, finalmente começa o show de fogos, marcado para às 21h25 (não me perguntem a razão do horário). Não tem contagem regressiva, não tem nada. Tá todo mundo conversando, e de repente começa. Aí todo mundo pára (este acento eu me recuso a eliminar), aplaude um pouco e fica em silêncio. Não rola uma animação, ninguém se abraça. Quando tem um fogo mais potente, o povo faz um "Oohhh". E pronto. Eu até soltei um "Uhuuuu", mas o Tiago mandou eu ficar quieta antes que achassem que eu era maluca.

Quando os fogos param de pipocar no céu, todo mundo aplaude e vai embora - andando devagarinho, porque é muita gente junta. E acabou.

Então podemos fazer uma pequena equação:

Reveillon em Copa - a praia - o álcool - a animação + todo o perrengue = Fogos do Dia da Independência em NY

Thursday, July 2, 2009

Holiday, Celebration

Amanhã é feriado por aqui. 3 de julho. Alguém sabe o que é comemorado em 3 de julho? Alguém? Bom, pelo que pudemos entender, nada é comemorado em 3 de julho. Amanhã é feriado simplesmente porque... sábado é feriado. Sim, 4 de julho, o Dia da Independência dos EUA, quando os americanos festejam com piqueniques e fogos de artifício. (sei dos piqueniques e fogos por conta da minha cultura cinematográfica, por sinal).

Mas voltando ao assunto. Basicamente, porque um feriado cai no sábado, eles "enforcam" - ou "emendam", como se diz em São Paulo - a sexta-feira. E é por isso que esse país não vai pra frente.

Sunday, June 28, 2009

Happy Pride!

Hoje é Dia Mundial do Orgulho Gay (ou, pela sigla politicamente correta, LGBT - lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros). E hoje foi dia de Parada Gay na 5ª Avenida. Fomos lá conferir, com direito a intervalo em restaurante brasileiro na Rua 46 pra ver a vitória do Brasil no futebol.

Gostei da Parada, mas achei bem diferente das do Brasil - da de São Paulo, pelo menos. Aqui a coisa me pareceu mais organizada e com conotação mais política. Sei que depois que o povo termina de passar pela avenida rola um monte de festas, mas a Parada aqui é bem Parada mesmo, com pessoas andando e empunhando cartazes e faixas com suas causas, e políticos aproveitando para apoiar as causas. Tem espaço para tudo quanto é causa e é bem bonito ver pessoas de todas as idades desfilando todo seu orgulho. Vi desde pais (pai + pai e mãe + mãe) com seus filhotes até vovôs de cadeiras de rodas.

Outra coisa que notei é que tem menos gente fantasiada pelas ruas. Vi poucas produções criativas. No Brasil fica tudo com mais jeitão de festa. Mas valeu! O dia estava lindo - não choveu, como prometia a previsão - e o povo estava animado. E vocês sabem por que hoje é o Dia do Orgulho Gay? Eu também não sabia, mas uma matéria no Globo Online me explicou:

Trata-se do "aniversário de 40 anos da Revolta de Stonewall, quando policiais entraram em confronto com homossexuais, lésbicas e travestis num bar de Nova York. O episódio foi ponto de partida para os movimentos de celebração do orgulho gay."

Viram? Vagabond Shoes também é cultura. E Happy Pride pra todo mundo!