Friday, August 21, 2009

Inferno e inverno

A capa da última Time Out New York traz "75 coisas para fazer antes que o verão acabe". Aí o texto diz algo do tipo: "não é pra você entrar em pânico ou nada, mas faltam apenas 5 semanas e meia de verão".

Coisas que dizem pra eu não entrar em pânico me deixam em pânico. É instantâneo. Que nem as instruções de segurança antes do avião decolar. Se o treco não vai cair, por que diabos eu tenho que saber o que fazer caso ele caia? Não tenho medo nenhum de avião, mas este momento específico me deixa tensa. O mesmo aconteceu quando fiz uma ressonância magnética este ano. Se o treco é seguro, por que tenho que assinar tantos formulários de segurança me responsabilizando caso algo dê errado?

Eu comecei a temer o inverno daqui desde que chegamos. Sempre gostei de invernos de verdade, com neve e tudo, mas nunca morei num lugar assim. E os relatos me assustam. Um conhecido do Tiago contou que já viu o Hudson congelar! Dizem que nosso bairro, justamente por ser perto do rio, tem ventos terríveis. Outro dia, o Tiago entrevistou um cara inglês que já morou por aqui e afirmou que o inverno é um horror. Notaram o problema? O cara é da Inglaterra, onde é frio pra burro, e se impressionou com o frio de Nova York.

Pra piorar, eu estou na lista das pessoas mais friorentas da face da Terra. (E faço parte da comunidade do Orkut chamada "Se nevar a gente morre")

Por enquanto, está um calor dos infernos. Julho foi um mês com dias agradáveis; agosto está sendo um mês com dias estupidamente quentes. O ar é quente e úmido. Saímos de uma loja com ar condicionado, ontem, e nossos óculos embaçaram. Em julho a gente ia fazer piquenique na grama. Agora, o piquenique é na mesa da sala mesmo, com o ar condicionado a toda. As estações de metrô são tão quentes que, quando o metrô - geladinho - chega, eu quase choro de felicidade.

Mas daí a passar pra um rio congelado já é demais pro meu gosto. Fato é que, se eu sobreviver aos patins, meu próximo desafio será o inverno.

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