Thursday, July 30, 2009

A bolha no teto

Segunda-feira, dia de trabalho duro. Trabalho encerrado, banho, jantar e vinhozinho com TV na cama. De repente, um barulho estranho. Tec, tec, tec. Pergunto pro Tiago se ele também está ouvindo, ou se eu fiquei maluca de vez. Ele está ouvindo, mas acha que eu estou fazendo o barulho e perguntando sobre o barulho (!), só pra rir dele. Saio em busca do barulho, descubro que vem de perto do armário, mas não consigo identificar precisamente a fonte. Resolvo esquecer a história, voltar pro vinho e pra TV.

Eis que, pelo canto do olho, vejo algo caindo. É uma gota, perto da parede. Depois outra, e outra. Tec, tec, tec. Olho para cima e lá está ela. Uma bolha enorme no teto. Deve estar ali, crescendo, há dias, cheinha de água. E nós simplesmente não olhamos pra cima. A goteira pinga da bolha. Corro pra pegar uma toalha, o Tiago pensa se a gente espera até o dia seguinte pra buscar ajuda. Hein? Em minutos ele sobe de volta trazendo o zelador, que faz cara feia para a bolha e diz que vai investigar. E some.

Em questão de minutos, a bolha cresce, cresce, e estoura. Uma bolha, estourando, dentro do quarto. O zelador foi abduzido pelo monstro da bolha, penso eu. Os pingos ainda caem, mas em menor quantidade. Como não temos balde e temos sono, vai a panela de macarrão pro chão evitar o alagamento.

***

É, pessoal, finalmente este blog ficou emocionante. Segunda-feira com bolha assassina não é pra qualquer um não. Mas, ao contrário dos filmes de terror que eu adoro, esta história termina bem. O vazamento foi contido, prometeu Joseph, nosso faz-tudo gente-boa, tentando explicar, em vão para dois analfabetos em encanamentos, de onde vinha o pinga-pinga. O resto da bolha foi extirpado; o teto, pintado. E vivemos felizes para sempre, até que a próxima bolha nos assuste.

***

Bastante impressionada com a experiência, contei a história para minha mãe arquiteta:

Mãe, tinha uma bolha! Uma bo-lha. Tipo, a tinta foi esticando, esticaaaando, até estourar. A tinta esticou, mãe! Você acredita?

Minha mãe, acostumada com essas coisas, e sem achar grandes coisas da minha história:

Claro, a tinta é plástica.

Da próxima vez vou ter que inventar um monstro pior pra impressionar a minha mãe...

2 comments:

  1. Prima, já estava esperando um final horripilante pro seu conto de pseudoterror mas Tia Angela logo cortou o barato com a revelação de que a tinta era plástica... Essas tias, sempre acabando com o mistério...rs
    Bjks

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  2. pois é, muito frustrante isso...

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