Saturday, January 9, 2010

O primeiro do ano

Alou, 2010! Andamos sumidos por conta de uma gripe que vem se revezando entre o casal. No reveillon foi a vez do Tiago, agora é a minha vez. Estranhamente, na vez do Tiago a gripe passa mais rápido. Vai entender essa implicância comigo...

Resumidamente, não temos feito quase nada neste começo de ano. Gripe + frio = casinha quente. Temos saído bem pouco - ir ao cinema no quarteirão aqui do lado não conta, né? Hoje, apesar dos apelos do Tiago para que eu fique de molho até que minha horrorosa tosse passe, fomos passear no MoMA. Pode deixar que tomei cuidado e só tossi com a mão cobrindo a boca, para não passar minha doença aos queridos turistas que lotam todos os museus da cidade. (Sim, já me sinto no direito de reclamar dos turistas)

Mas na verdade não entrei aqui pra contar da visita ao MoMA ou da minha gripe. É que lembrei que não contei nada sobre a noite de Ano Novo e achei que devia contar. Nós voltamos de viagem no dia 30 porque eu inventei que fazia questão de passar a virada olhando a bola caindo na Times Square. O meu marido ideal perguntou se eu não queria passar o Ano Novo em Paris, mas eu disse que "não, quero ver a bola". Se eu não conhecesse o Rio de Janeiro e fosse passar um Ano Novo lá, iria para Copacabana. Morando aqui, tinha que ir para a Times Square, certo?

Então lá fomos nós e nossos casacos impermeáveis. Um frio do cacete e uma chuvinha chata nos esperavam do lado de fora. Pegamos o metrô, conseguimos achar o caminho, passamos pelo complexo esquema de segurança e chegamos ao nosso destino. Quer dizer, mais ou menos chegamos ao nosso destino. O problema, curiosamente, não era a multidão; o problema era o excesso de organização. Os cuidados com a segurança são muitos, e a polícia fecha as ruas para controlar a entrada das pessoas e garantir que, em caso de alguma emergência, haja saídas livres. O que é bem correto, mas mata toda a espontaneidade e o calor humano do empurra-empurra em busca de um lugarzinho entre a multidão.

Além disso, não se pode entrar com álcool ou com mochila. Bem, depois de ter que abrir o casaco e enfrentar o detector de metais em duas barreiras policiais, um casal do meu lado bebia uma garrafa de champagne, enquanto umas três pessoas passavam felizes e contentes com suas mochilas. Ou seja, a segurança é falha e se alguém quiser fazer besteira, faz.

Depois das barreiras policiais, conseguimos entrar na altura do Central Park, na rua 59. A bola da Times Square, lá na rua 42, parecia uma bolinha de gude ao longe. E chovia. Alguns pingos de chuva viravam gelo. E não tínhamos álcool para nos esquentar e amenizar a sensação de programa de índio. Quando faltava uma hora para a meia noite, eu cansei. Olhei para o Tiago, que exemplarmente aguentava o mal-estar da gripe para que eu pudesse ver a bola de gude caíndo (o que diabos significa aquela bola caíndo?), e perguntei se ele queria ir para casa. "Sim!", respondeu ele, animado.

Demos meia volta e entramos no metrô mais próximo - uma estação pequenina, com apenas uma máquina de vender bilhetes e uma fila considerável para comprar os bilhetes. Como somos precavidos, tínhamos o equivalente a dois bilhetes no nosso cartão de metrô. O Tiago passou na catraca. Na minha vez, o cartão deu problema. O leitor eletrônico da catraca finalmente me deu a ótima notícia: o dinheiro no meu cartão havia sido engolido. Entro na fila para comprar um novo bilhete e vejo que a máquina não aceita notas, apenas moedas e cartões. Só tenho notas; não levei meus cartões para não correr o risco de perdê-los ou ser roubada - sim, continuo carioca. Enquanto eu e Tiago nos comunicamos aos berros separados pela grade da estação, tentando ter alguma idéia genial para não passarmos a meia noite separados, um casal enrolado tenta, sem sucesso, comprar seus bilhetes. E o resto da fila bufa de impaciência. Passaríamos todos o Ano Novo presos na estação? Nãaao. Quando menos esperávamos, apareceu um super policial que abriu o portão e deixou todo mundo entrar de graça! Olha que bonito. Todo mundo ficou feliz. E eu achei que pareceu cena de filme.

Finalmente chegamos em casa. O Tiago correu para a geladeira para pegar o champagne e eu corri para ligar a TV para vermos a bola de gude cair. E sabe o que aconteceu? A TV não funcionou. Juro que não funcionou. Tive que desligar tudo e "reconfigurar o modem", seja lá o que isso signifique. A TV voltou a funcionar 25 segundos antes de 2010, e vimos a bola cair com taça de champagne na mão e sem chuva na cabeça. Ficamos felizes. E, sim, pareceu cena de filme.

3 comments:

  1. Feliz ano novo, prima e primo.

    Quando vocês aparecem por aqui?

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  2. Feliz ano novo! Te dou um doce se vc advinhar quando eu vou praí...

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  3. Resumindo: o amor é lindo!

    Moço foi mesmo um santo - vê se da próxima vez aceita Paris!

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